Blog Edileusa Rosária

FILOSOFIA PARA MULHERES

Carta de uma orientadora

Carta de uma orientadora é um livro delicado e inspirador, escrito por Débora Diniz, antropóloga e professora reconhecida por seu olhar humano sobre a pesquisa e o ensino.

A obra se apresenta como uma longa carta dirigida às estudantes – sobretudo mulheres – que estão prestes a viver a experiência de escrever sua primeira monografia.

Mas, esse livro serve para todas as mulheres que se dedicam à escrita ou querem iniciar essa jornada.

Mais do que um guia acadêmico, o texto é um convite à reflexão sobre o processo de aprender, pesquisar e escrever como um ato de descoberta de si mesma.

Com uma escrita afetuosa, Débora Diniz transforma a orientação em um diálogo íntimo, recheado de exemplos. Alguns desses exemplos nos alertam, enquanto outros nos inspiram a desenvolver nosso potencial.

Débora nos lembra que a escrita é uma forma de treino interior. Ela nos convida a criar um espaço íntimo entre o pensamento e o papel, onde a palavra se torne um exercício de corpo e de alma:

“Pratique a escrita como quem exercita o corpo. As ideias precisam de dedos soltos para fluírem como nossas. Acredite que esse é um ritual que a transformará, e você aprenderá consigo mesma.” (2013, p. 19-20)

Ao longo da carta, a autora também sugere um gesto simples, quase ritualístico: manter cadernos de anotações. Para ela, o caderno é um espaço de treino intelectual – um território de descoberta onde registramos ideias, dúvidas e lampejos criativos.

Escrever neles é uma forma de diálogo silencioso conosco mesmas, um modo de acompanhar o amadurecimento do nosso conhecimento. Ela cita três cadernos: vaga-lumes; canteiro de obras; e diário de campo

Inspirada nas ideias do livro, adquiri três cadernos para meu uso pessoal, conforme sugerido pela autora:

  • O caderno vaga-lumes é o espaço das ideias que surgem e precisam ser guardados antes que se apaguem – pequenos projetos que podem me inspirar no futuro.

  • O canteiro de obras é o caderno do trabalho em progresso, onde o pensamento se organiza, se constrói e se refaz – o lugar do rascunho.

  • E o diário de campo é o caderno da experiência, onde registro minhas impressões, sentimentos, frases que surgem durante o dia e que compõem os projetos que estou desenvolvendo.

E se você começasse hoje o seu próprio caderno de ideias? Um espaço só seu, onde possa exercitar a escrita e deixar que o pensamento encontre forma? Pegue um caderno e permita-se registrar o que vier. Ideias, sonhos, inquietações. Tudo vale quando é verdadeiro!!

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