E se uma das figuras femininas mais icônicas da mitologia finalmente pudesse falar?
Essa é a proposta de Galateia, um conto de Madeline Miller, que dá voz à personagem esquecida do mito de Pigmalião.
No relato original, Pigmalião, um escultor, apaixona-se por sua obra-prima de mármore, que ganha vida graças à intervenção da deusa Vênus. Contudo, mesmo ao se transformar em uma mulher de carne e osso, Galateia permanece muda, sem personalidade.
Madeline Miller rompe com essa tradição ao trazer uma releitura ousada, onde Galateia não apenas fala, mas também questiona. Ela deixa de ser um objeto para se tornar um sujeito: uma mulher com pensamentos, sentimentos e desejos próprios.
Ao dar vida à voz de Galateia, a autora nos faz refletir sobre o papel das mulheres ao longo da história. Quantas vezes fomos moldadas para caber nos desejos e fantasias dos outros, desprovidas de identidade e autonomia?
Como Miller aponta, o “final feliz” de Pigmalião é, na verdade, um conto sombrio se visto por outra perspectiva, pois apresenta a ideia de que a mulher ideal é aquela sem voz, sem identidade, existindo apenas para servir e agradar.
Esse conto reflete as pressões e expectativas que muitas mulheres ainda enfrentam na sociedade contemporânea.
Mas Galateia não é apenas uma releitura; é um chamado. Um chamado para que reconheçamos as narrativas que nos foram impostas e para que, como Galateia, encontremos coragem para quebrar moldes, questionar papéis e começar a esculpir a nossa própria história.
E você? Já leu este conto? Se ainda não, clique no link abaixo:
