
Quando falamos em grandes mestres da filosofia, poucos questionam a genialidade de Sócrates. Mas e se disséssemos que um dos pilares do pensamento ocidental recebeu ensinamentos de uma mulher?
Neste texto, falaremos sobre Diotima de Mantineia, uma figura enigmática da filosofia antiga, conhecida principalmente por sua participação no “Banquete” de Platão.
A história de Diotima de Mantineia nos lembra que a sabedoria feminina sempre esteve presente, ainda que frequentemente esquecida ou apagada. Seu legado ultrapassa os séculos e nos faz refletir: por que ainda relutamos em reconhecer a autoridade intelectual das mulheres?
Descrita como uma sacerdotisa e filósofa, ela teria instruído Sócrates sobre a natureza do amor, introduzindo conceitos que fundamentaram o que hoje chamamos de “amor platônico”.
Além de sua contribuição filosófica, Diotima é mencionada como tendo desempenhado um papel significativo em Atenas, realizando rituais que teriam retardado a propagação da peste na cidade.
A existência histórica de Diotima é objeto de debate entre estudiosos. Alguns acreditam que ela possa ser uma criação literária de Platão para transmitir suas ideias sobre o amor, enquanto outros defendem que ela foi uma figura real cuja sabedoria influenciou profundamente o pensamento socrático.
Diotima ensinava que o amor começa no desejo, mas sua verdadeira essência está em nos conduzir ao que há de mais elevado, intelectual e universalmente belo.
Curiosamente, alguns historiadores atribuem a ela a criação do método socrático de perguntas e respostas.
Mariana Gardella, autora de Las Griegas: Poetas, Oradoras y Filósofas, propõe que, mesmo com as incertezas históricas, é essencial dar o devido valor às figuras femininas da filosofia.